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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Crise/Dificuldades

A crise. Não se fala noutra coisa que não seja a crise. Nos últimos tempos temos sido bombardeados com este tema nos media, nas conversa de café, nos desabafos em casa. Ainda há poucos meses o nosso primeiro ministro contradizia o Mundo inteiro. Em Portugal estava tudo controlado. De um dia para o outro, não sei o que se passou, mas parece que se descontrolou tudo.
Como nunca gostei de política, não é por aí que eu vou entrar neste momento. Mas, quando dizem que a vida está difícil, logo me lembro do que são realmente as dificuldades. Todos temos direito de ambicionar uma vida melhor, mas também temos que fazer algo por isso. Mas dificuldades, dificuldades mesmo, eu ainda assisti nos meus tempos de menina e moça. E não preciso de sair do meu bairro por onde tenho andado a divagar nos últimos dias.

(Imagem da Net)
E, mais uma vez, vejo os meus vizinhos sentados nas escadinhas a brincar alegremente, ou jogando às escondidas, entrando com grande alarido, por uma travessa e saindo pela outra. Cruzando-se com outros três miúdos   subiam a rua também brincando e rindo , disputando qualquer  coisa que apanhavam do chão e guardavam numa saca. Uma delas, uma menina um pouco mais velhita, transportava um maço de papel à cabeça e outro debaixo dos magros bracitos.
Como os meus pais sempre me disseram  para eu não  apanhar nada do chão,  chamei a minha mãe. Então ela explicou-me que, aquelas crianças eram filhas dum casal que vivia com grandes dificuldades. O pai adoecera e não podia trabalhar e eles andavam a  apanhar beatas e papel para depois,  a troco  de alguns escudos,  pagarem algumas  despesas caseiras. À hora do almoço,  iam à igreja para a fila da sopa dos pobres para conseguirem alguma coisa que lhes matasse a fome.


Incrédula, olhava eles sem entender como é que crianças tão sofridas, podiam brincar, podiam rir, podiam aparentar felicidade da maneira  como eles o faziam.
Isso sim. Isso eram dificuldades. E são estas dificuldades que eu espero nunca mais voltarem a acontecer.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.


1 comentário:

alfacinha disse...

Olá
Se há suficiente solidariedade entre os portugueses ,os anos de fome não regressarão. A sua preocupação sobre aqueles que têm menos confirme esta boa vontade. Só os governos sejam qual o partido ao poder, têm de criar as possibilidades que todos têm um trabalho decente para sustentar a família. Cumprimentos de Antuérpia