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segunda-feira, 2 de abril de 2012

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Naquele  Domingo de Ramos,  o Sobral  ganhava  mais  vida porque as  povoações  vizinhas despovoavam-se para virem  benzer o seu ramo à nossa aldeia, uma das poucas que tinham Missa Dominical.
Pela encosta da Malhada  viam-se a descer  grupos de  homens  e mulheres vindos do Porto Silvado.  Do caminho do Covão outros  grupos surgiam  uns do  Soito da Ruiva  e alguns do Sobral Gordo.  Todos  passaram por ela,  trazendo  um  belo ramo  na mão, deixando  à sua passagem um agradável odor a louro. 
Sentada na  soleira  da porta da  casa da avó,  já pronta envergando o seu vestido novo e de laçarote  adornando  os  belos caracóis  que  a mãe lhe  arranjara  logo de  manhã,  virava e revirava  um raminho que, apesar de quase não lhe caber  na minúscula mão, achava não ser suficientemente vistoso para levar naquele dia de festa.
Para ela, um ramo bonito tinha que ser grande como o do “Coneca” que passara por ela há algum tempo  a caminho da Capela.
A mãe dissera que era pequeno porque ela também era pequenina, mas não ficara convencida. Gostava dum ramo grande. Se não lhe coubesse numa mão, segurava-o com as duas.
Quando os familiares desceram, levantou-se, sacudiu o vestido, compôs os caracóis e seguiu-os para se juntarem ao cortejo a caminho da capela naquele Domingo de Ramos. 
À porta da capela lá estava ele. Um ramo lindo, grande e farfalhudo nas mãos do “Coneca”, que o agitava sorridente e orgulhoso, pois também ele achava que o seu era o ramo mais bonito de todos.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

1 comentário:

alfacinha disse...

No Domingo de Ramos, ali entre nos , trazemos um sagrado ramo de buxos por falta de louro e seguidamente depois da missa plantamo-lo num canto do jardim.
Cumprimentos